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quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Equipes baianas - Equipe Curvello (Parte 2)

- HISTÓRIA DO AUTOMOBILISMO BAHIANO -

Continuação


                                    Primeiro logo da Equipe Curvello.


VW nº 4 Curvello no Autódromo Virgilio Tavora no Ceará.


VW  nº 4 da Equipe Curvello na Avenida do Centenário Salvador Bahia.

            Volkswagen  Força Livre divisão 4  1.900cc                      



Principais alterações na carroceria e chassi:

Capo dianteiro, tampa do motor e para lamas, em fibra de vidro, recortados e com novo desenho.
Portas em fibra de vidro, sem mecanismo para levantar os vidros nem paineis.
Interior despojado sem forração alguma.
Retirada de todos os frisos, para choques, estribos, pisca, tampa de porta luvas, etc.
Retirada de toda a fiação excedente.
Colocação de barra protetora ante capotamento (Santo Antonio), fixadas ao chassi.
Retirada de todos os botões e relógios do painel exceto o das luzes e limpador de para brisa.
Colocação de novos instrumentos e botões de acordo com o seguinte:
     -Velocímetro até 200 km/h
     -Conta giros até 8.000 rpm
     -Medidor de pressão do óleo.
     -Medidor de temperatura do óleo
     -Amperímetro.
     -Botão para ignição.
     -Interruptor para cortar corrente geral.
     -Interruptor para cortar corrente da ignição, (para resfriamento do óleo
       durante as corridas).
     -Interruptor para bateria auxiliar.
Abertura de entradas de ar laterais, com utilização de mangueiras para levar o fluxo de ar diretamente às aletas de refrigeração das camisas dos cilindros.
Substituição de todos os vidros por acrílico, exceto o para brisa.
Volante da marca F1 com menor diâmetro. Posteriormente foi substituído por um esportivo de maior diâmetro para melhorar o conforto ao pilotar.
Banco de competição tipo concha com cinto de segurança abdominal.


Principais especificações técnicas:


MOTOR e CAMBIO:

Motor Volkswagen boxer 4 cilindros a ar, bloco forjado e trabalhado internamente.
Cilindrada 1900 cc –(Kit cilindros/anéis/pistões de 92 mm).
Eixo virabrequim roletado 78,4 mm.
Comando de válvulas P3 (Puma), com polia regulável (quando a refrigeração era por meio de ventoinha).
Cabeçotes com dupla entrada trabalhados internamente e polidos, com válvulas, sedes e molas de 40 mm.
Carburação Weber 48 IDH trabalhada e polida internamente
Coletores de admissão polidos internamente.
Volante do motor aliviado e balanceado
Bomba de óleo dupla M8, carter seco, com radiador e reservatório para 17 litros.
Taxa de compressão – 11,5:1
Potencia estimada – 140 HP
Combustível – gasolina azul de alta octanagem.
Cambio nº. 2 (Puma), com diferencial longo, 8:31).
Escapamento direto, 4x1 em tubos de 2 polegadas, dimensionado, com ponteira final em tubo de 4 polegadas.

FREIOS, SUSPENSÃO e RODAS:

Freios a disco na dianteira e tambor com lonas reforçadas na traseira.
Suspensão dianteira trabalhada e rebaixada (Kit Puma regulável), com estabilizador especial.
Suspensão traseira rebaixada com cambagem negativa e estabilizador especial.
Rodas traseiras – 14 x 10 polegadas
Rodas dianteiras – 13 x 8 polegadas

OUTRAS INFORMAÇÕES:
Após alterações de carroceria e chassi, peso de aproximadamente 620 Kg.
Velocidade final em torno de 210 km/h, (com diferencial longo).
Refrigeração direta sobre os cilindros, com captação de ar nas laterais do carro.
Sistema elétrico 12 volts, sem gerador, e bateria de 65 amp (para provas de longa duração era usada uma bateria reserva com chave seletora e circuito independente para ser acionada com o carro em movimento).
Tanque de combustível com capacidade para 80 litros e bocal de abastecimento rápido com 4 polegadas de diâmetro.



Cortes esquemáticos do carro, onde são visualizadas as principais modificações e principalmente o fluxo de ar para a refrigeração direta do motor, com a eliminação da ventoinha e gerador.



                                          Corte 1



                                            Corte 2

Fotomontagens (Produzidas e coloridas por Old Races), da evolução dos diversos padrões de pintura e grafismo utilizados:

1-      Inicio, primeira versão de pintura. Nesta época o radiador ficava posicionado sobre a tampa do motor.

2-   Evolução do padrão inicial, o numero sai da porta para dar lugar ao nome Curvello.
3- Padrão utilizado na maioria das corridas, de final de 69 até inicio de 71.
4-      Novo visual da equipe, inclusive com novo logo, novas cores, (a faixa preta deu lugar ao azul escuro) e novas rodas Porsche, para o ano de 1971. 
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Depoimento

A Equipe Curvello teve uma participação ativa nas competições, desde a sua fundação ate 1971, tendo inclusive conseguido uma vitória na pista da Avenida do Centenário, em 1970.
 No final de 1971, sentindo que os carros com mecânica VW, estavam ficando defasados, parti para um projeto mais ambicioso de correr com o OPALA que despontava com muito potencial e um futuro promissor no automobilismo brasileiro.


O Volks e equipamentos foram passados para Medeirinho, que continuaria a correr com o mesmo, porem por outra equipe e começei as negociações com a Tratocar, revendedora  Chevrolet,  nas mesmas
 bases do acordo anterior com Curvello, mantendo o meu patrocinador principal que era a SANCA.
 O carro a ser preparado era um Opala 1970 de 4portas, branco, motor 3.800cc, herdado do meu pai, que havia adquirido um novo.
Quando estava tudo acertado e ate já tínhamos iniciado o desmonte do carro e feito um acordo  com a Envemo para a preparação dos motores, aconteceu a proibição de provas de rua na Bahia e em todo o país, o que fez com que o projeto da EQUIPE TRATOCAR CHEVROLET  fosse abortado. 
Vários anos depois a equipe Tratocar Chevrolet veio a se materializar com as provas de Rallye, mas ai é uma outra historia para contar posteriormente!

Mauricio de Castro Lima.
Dezembro de 2011         
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                                                                           FIM


 Material utilizado:  Fotografias, montagens , desenhos esquemáticos e textos do arquivo pessoal de   Mauricio Castro lima. 
oldraces.blogspot.com m.castrolima.arq@gmail.com

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